Atualizado em 28/03/2025.
A safra de soja 2024/25 está entrando em sua reta final, com a colheita ganhando ritmo em várias regiões do Brasil.
Mas, afinal, as expectativas de um novo recorde de produção estão se confirmando? Ou os desafios climáticos e fitossanitários que marcaram o início do ciclo acabaram impactando os resultados finais?
Aqui no Mais Agro, publicamos um artigo sobre o andamento do plantio e as projeções para a safra de soja 2024/25 (que você pode conferir aqui!). No artigo, destacamos que, apesar dos atrasos iniciais causados por chuvas irregulares, o plantio avançou rapidamente e as condições climáticas melhoraram significativamente a partir de novembro, criando um cenário favorável para o desenvolvimento das lavouras.
Agora, com a colheita em andamento, é hora de conferir se essas expectativas estão se concretizando ou se novos desafios surgiram pelo caminho.
Confira!
Panorama geral da safra de soja 2024/25: projeções atualizadas
No início da safra 2024/25, destacamos os desafios enfrentados durante o plantio, marcado por chuvas irregulares que atrasaram o início das operações em várias regiões. No entanto, as condições climáticas melhoraram significativamente a partir de novembro, permitindo que o plantio avançasse em ritmo acelerado.
Agora, com a semeadura 100% finalizada, os dados da Conab começam a consolidar o desempenho desta safra.
De acordo com o 6º Levantamento de Safra da Conab, divulgado em 13 de março de 2025, a área dedicada ao cultivo de soja no Brasil atingiu 47.449,9 mil hectares, um aumento de 2,8% em relação à safra anterior.

Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pela expansão em áreas de pastagens degradadas e pela substituição do milho pela soja, cultura que se mostrou mais rentável neste ciclo.
No 5º levantamento, a produção estimada era de 166,01 milhões de toneladas, o que já representava um crescimento expressivo de 12,4% em comparação com a safra 2023/24.
Agora, com a atualização de dados no 6º levantamento, a produção estimada foi ajustada para 167,37 milhões de toneladas, representando um crescimento de 13,3% frente ao ciclo 2023/24.

Já a produtividade média – que estava em 3.499 kg/ha – subiu para 3.527 kg/ha, um incremento de 10,2% frente ao ciclo anterior, indicando boas condições gerais para a safra, apesar dos desafios climáticos registrados em algumas regiões.

Outras projeções também reforçam o otimismo em relação à safra brasileira.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu relatório de fevereiro, manteve a estimativa para a produção brasileira de soja em 169 milhões de toneladas para a safra 2024/25, confirmando a expectativa de um novo recorde.
Já a consultoria Safras & Mercado projeta uma produção ainda maior, de 172,45 milhões de toneladas, indicando um cenário ainda mais favorável.
Esses números confirmam que, apesar dos desafios iniciais, a safra 2024/25 caminha para ser mais uma de superação, consolidando o Brasil como um dos maiores produtores de soja do mundo.
No entanto, nem todas as regiões estão livres de obstáculos. Condições climáticas adversas e desafios fitossanitários ainda podem impactar os resultados de algumas áreas.
Andamento da colheita de soja 2024/25: o que está acontecendo em cada região?
Até o início de fevereiro, a colheita atingia 8% da área semeada, um avanço abaixo do registrado no mesmo período da safra anterior, quando 14% das lavouras já tinham sido colhidas.
Já no início de março, 60,9% da soja havia sido colhida, um avanço significativo em relação ao levantamento anterior – e acima do registrado para o mesmo período no ciclo anterior.


Agora, vamos mergulhar no panorama por região para entender como cada uma está lidando com os desafios climáticos e fitossanitários, e como isso está impactando os resultados da colheita.
Andamento da colheita de soja 2024/25 por Estados
- Mato Grosso
A colheita no maior produtor de soja do Brasil avançou rapidamente, impulsionada pela alternância entre chuvas recorrentes e períodos de sol, o que favoreceu a qualidade dos grãos colhidos. No entanto, na região leste do Estado, o excesso de chuvas tem causado atrasos, dificultando o tráfego de máquinas e impactando a operacionalidade da colheita.
Apesar desse desafio, o rendimento estadual se mantém acima das estimativas iniciais
- Rio Grande do Sul
A estimativa de produtividade média no RS já havia sido reduzida para 2.698 kg/ha, uma queda de 9% em relação à projeção inicial, mas, no 6º relatório da Conab, esse quadro se intensificou: a produtividade média do estado foi reduzida para 2.495 kg/ha, representando uma queda de 7,5% em relação ao levantamento anterior e mais de 30% em relação ao potencial da cultura.
Os principais fatores para essa redução foram a estiagem severa e a ocorrência de ondas de calor em fevereiro, que elevaram as temperaturas por vários dias consecutivos. Isso resultou em um encurtamento acentuado do ciclo das plantas, afetando negativamente o enchimento de grãos.
- Paraná
A colheita já atingiu 60,9% da área plantada. A redução das chuvas ajudou a manter um bom avanço das máquinas, mas as lavouras que ainda estão em fase de enchimento de grãos podem sofrer impactos na produtividade devido à umidade do solo mais baixa nas últimas semanas.
- Goiás
A colheita avançou de forma concentrada em fevereiro, favorecida pela redução das chuvas na segunda quinzena de fevereiro.
A produtividade média esperada no 5º relatório era de 3.797 kg/ha. No entanto, no novo relatório, a produtividade foi reajustada para 4.079 kg/ha, superando as estimativas iniciais, impulsionada por bom desenvolvimento das lavouras, baixa incidência de pragas e doenças e bom nível tecnológico adotado.
O desafio esperado era em relação à logística e aos gargalos no transporte e no armazenamento dos grãos. No entanto, a qualidade dos grãos colhidos até o momento segue satisfatória, com umidade entre 12% e 14%, e não há relatos de problemas logísticos significativos.
- Bahia
A colheita alcançou 30% da área cultivada até o final de fevereiro e segue avançando até o fim de março. A umidade do solo se manteve elevada, beneficiando as lavouras ainda em desenvolvimento, e os rendimentos observados estão dentro das expectativas.
- Mato Grosso do Sul
A colheita no Estado avança de forma variada entre as regiões. No Sul, cerca de 65% das lavouras já foram colhidas, mas a produtividade ficou abaixo do esperado devido ao estresse térmico e à falta de chuvas em fevereiro. Nas demais regiões, o clima foi mais favorável, mas ainda há preocupações com a variabilidade dos rendimentos.
Expectativas para o restante da safra, desafios climáticos e fitossanitários
O clima continua sendo o grande protagonista da safra de soja 2024/25, com impactos distintos em cada região.
Enquanto no Centro-Oeste e Norte os volumes de chuva variaram entre 200 mm e 500 mm, gerando alguns desafios operacionais para a colheita, Mato Grosso do Sul, Sudeste e Sul enfrentaram ondas de calor e menor precipitação, o que impactou negativamente o enchimento de grãos
No Rio Grande do Sul, a estiagem continua sendo o principal desafio, resultando em uma queda de produtividade superior a 30% em algumas áreas. No Paraná, lavouras do noroeste e oeste foram afetadas pelo calor excessivo enquanto, na Bahia, apesar das chuvas irregulares, a produtividade segue dentro do esperado.
Além disso, os atrasos na colheita em algumas regiões podem impactar o plantio da segunda safra, especialmente para os produtores que dependem da janela climática para a semeadura do milho safrinha.
Pressão de pragas e doenças
O monitoramento constante e a aplicação preventiva de defensivos têm sido fundamentais para manter a sanidade das lavouras na reta final da safra.
- Lagartas e mosca-branca foram relatadas em Goiás, mas o manejo tem sido eficiente para evitar perdas significativas.
- No Paraná, houve aumento da incidência de ferrugem-asiática, o que exigiu um controle mais rigoroso.
- No Sul do país, a baixa umidade reduziu o risco de doenças fúngicas, mas favoreceu a ocorrência de tripes, que podem comprometer a qualidade dos grãos.
A logística de colheita e armazenamento também se apresenta como um desafio em algumas regiões, onde os armazéns já operam próximos da capacidade máxima.
Com a colheita avançando e as condições climáticas e fitossanitárias ainda influenciando o desempenho final da safra, as próximas semanas serão cruciais para definir se o Brasil conseguirá atingir o novo recorde de produção esperado.
Com mais da metade da colheita já concluída e as produtividades superando as estimativas iniciais, o mercado segue atento ao impacto final do clima e da logística de colheita.
Expectativas serão atingidas? Projeções para a demanda de soja na safra 2024/25

Com a safra avançando, o mercado segue atento ao volume final de produção e à dinâmica da oferta e demanda. As projeções para as exportações de soja em grão na safra 2024/25 são bastante promissoras.
O Brasil segue consolidado como o maior exportador mundial de soja e as projeções da Conab indicam que as exportações de soja em grãos podem alcançar 105,75 milhões de toneladas, um aumento de 300 mil toneladas em relação à estimativa anterior. Esse crescimento é impulsionado, principalmente, pela demanda chinesa, que continua sendo o principal destino da soja brasileira.
Além da soja em grãos, os subprodutos também devem manter um ritmo forte de exportações:
- Farelo de soja: 23,6 milhões de toneladas, 1,6 milhão a mais que a previsão anterior;
- Óleo de soja: 1,4 milhão de toneladas.
Demanda interna aquecida: farelo e biodiesel impulsionam o mercado
No mercado interno, a demanda pelo farelo de soja segue crescendo devido ao aumento da produção de carnes, especialmente suínos e aves. O consumo interno de farelo foi revisado para 19,5 milhões de toneladas, um crescimento significativo em relação à safra passada.
Já o óleo de soja, além do uso na indústria alimentícia, continua sendo fortemente demandado pelo setor de biodiesel. A Conab manteve a previsão de aumento da mistura de biodiesel no diesel de 14% para 15% (B15), o que deve impulsionar a produção para 11,36 milhões de toneladas.
Estoques e equilíbrio de oferta e demanda
Mesmo com o crescimento da demanda, o forte aumento da produção deverá resultar em estoques finais de 2,24 milhões de toneladas, um volume superior ao do ano anterior, o que pode pressionar os preços internos caso o escoamento para exportação não se mantenha aquecido.

A Syngenta segue acompanhando de perto o avanço da colheita e reforça a importância de um manejo eficiente para garantir a máxima rentabilidade. Fique ligado no portal Mais Agro para mais atualizações!
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